O Dia Internacional da Mulher existe como resultado de luta das mulheres trabalhadoras por meio de greves e outros movimentos populares. A data teve sua origem nos movimentos operários e foi escolhida devido ao grande número de protestos e greves que ocorriam na Europa e nos Estados Unidos desde a segunda metade do século XIX.
O movimento feminista capitalizou essas manifestações que tiveram seu dia histórico em 8 de março de 1917, na Rússia. Mulheres trabalhadoras do setor de tecelagem entraram em greve e a data entrou para a história como um grande feito das mulheres operárias.
A proposta de tornar a data internacional veio de Clara Zetkin, ativista comunista e defensora dos direitos das mulheres, que sugeriu a comemoração em uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhage.
Apesar da mulher trabalhadora estar sempre à frente da luta feminista, poucos avanços foram obtidos ao longo dos anos e ser mulher ainda significa ter menos oportunidades de crescimento profissional. A desigualdade de gênero – um problema estrutural que vai além do ambiente de trabalho – ainda persiste no Brasil e no mundo.
Em 2023, a taxa de desocupação das mulheres terminou acima da média nacional. Enquanto o país alcançou 7,4% no último trimestre, a taxa das mulheres ficou em 9,2%. Já a dos homens, 6%.
A violência de gênero também continua com números assustadores no Brasil. No contexto do campo, por exemplo, em 2023 houve um aumento de 13,8% na violência contra as mulheres. O destaque negativo foram os estupros de 30 adolescentes yanomamis por garimpeiros ilegais no mês de fevereiro.
O relatório Atlas da Violência 2023, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que na década de 2011 a 2021, mais de 49 mil mulheres foram assassinadas no Brasil.
Celebrar a data é importante pois muitas das conquistas obtidas até hoje são recentes e infelizmente, passíveis de retrocesso. O Dia Internacional da Mulher colabora para manter acesa a chama do desejo de uma sociedade mais justa e igualitária, sem violência de gênero e para lembrar que nada se conquista sem coragem, vigília e muita luta!
