O Brasil, ainda mergulhado na luta contra a crise sanitária de âmbito mundial, cuja segunda onda atingiu uma média em torno de três mil mortes diárias no mês abril, merecia uma condição de tranquilidade e paz para comemorar a sua Independência em sete de setembro.
Infelizmente, esse ambiente está cada vez mais distante e o que se apresenta é uma tríplice combinação da crise sanitária, econômica e política. Essa última, a mais perversa, pois corrói o necessário equilíbrio institucional e a confiança, fundamentos necessários à solução das outras duas crises. A questão é: como resgatar o equilíbrio institucional e a confiança, se as lideranças políticas não têm plena consciência desses elementos?
A conflitante dualidade esquerda/direita instalada vem confundindo parte importante da população, que tende a substituir em seu imaginário a figura de um necessário gestor público e um estado eficiente por um indivíduo “salvador da pátria” e pronto para ampliar a prática populista. Esta, aprofunda a dependência do povo às forças políticas e abre espaço para que essas forças construam perigosos projetos de poder. É o que mostra a experiência recente!
Resta-nos acreditar que a interrupção dessa trajetória está inserida, exatamente, no próximo passo da democracia, momento onde a população precisa reverter o quadro atual, se empoderando frente às forças políticas. Afinal, o que existe é a sociedade e esta precisa se organizar na busca de um maior protagonismo na condução de sua própria evolução.
No dia 7 de setembro, para se comemorar a independência do Brasil, é preciso manter segura, a independência dos três poderes.
